“Carnaval, desengano. Que deixa a dor em casa esperando. Que deixa gente grande viver na lembrança. Que deixa gente grande viver na esperança”.
Na teoria religiosa, quarta-feira de cinzas celebra o dia da conversão e da mudança de vida e recorda a efêmera fragilidade da vida humana, sujeita à morte. Tem uma missa tradicional nesse dia. O celebrante junta as cinzas dos ramos abençoados do Domingo de Ramos do ano anterior, mistura em água benta e, com essa lama sagrada, desenha uma cruz na testa de cada fiel e repete, “Lembra-te que és pó e ao pó voltarás. Convertei-vos e crede no Evangelho”
Na prática cotidiana, a coisa é bem diferente. A ressaca substitui as cinzas. E é ressaca de todo tipo. Alcoólica, física, comportamental, moral, ética e, depois que o pano desce, cada um assume a sua cruz, seus pecados, alguns veniais, outros mortais e tentam curá-los com o que resta de dignidade.
Em 2019, Gaviões da Fiel fez escola ao mostrar Satanás vencendo Jesus em sua Comissão de Frente. O que vimos este ano foram Escolas de Samba, Blocos e Grupos Carnavalescos brincando com a fé cristã da maioria dos brasileiros em nome da liberdade de expressão e exaltação da arte. Um verdadeiro desfile bíblico mostrando, numa fixação sem precedentes, um Jesus Cristo que, se vivesse os dias de hoje, frequentaria bailes funk, consumiria crack, fugiria da Polícia, e logo se transformaria em traficante. Cristo com fuzil na mão, Cristo negro, Cristo mulher, Cristo indígena, numa alusão às minorias, deixa de ser arte e se transforma em crime de vilipêndio, desrespeito à fé e aos símbolos sacros, todos sujeitos ao Artigo 208 do Código Penal.
O que a esquerda fez com o nosso Carnaval, meu Deus? Que pecado o maior espetáculo da Terra servindo para ridicularizar o Presidente da República, o Ministro da Justiça e a Amazônia aos olhos do mundo destilando todo o veneno, toda a irresponsabilidade, toda a insensatez, que permeia o Carnaval nos dias de hoje. Uma festa política de baixo calão num desrespeito explícito ao povo que, intrépido, vaiou o Bolsonaro Palhaço, o Bolsonaro Adnet, o Moro enjaulado, as letras venais dos sambas enredo, e outras barbaridades inomináveis.
Nas ruas, nada de índio, nada de nega-maluca, nada de cigano, nada de domésticas, sob pena de cadeia por crime inafiançável devido à famigerada “apropriação cultural indevida”. Uma loucura inconsequente do politicamente correto, dos lacradores e da esquerda ardilosa, pseudo-defensora de pretensas minorias, sempre em busca de votos que lhe mantenha viva. Nas ruas, não há mais o glamour, o romantismo, a irreverência e a alegria de outrora. Nas ruas, há uma turma admirável que tenta resgatar alguma coisa que se chamou um dia Carnaval.
E durante os delírios de Momo, nossa pátria mãe tão distraída, não percebia que era subtraída em tenebrosas transações que permitirão o estuprador de cabras e réu em negociatas internacionais sair do país para difamar o presidente mundo afora com o dinheiro de milhões de nós. Algo feliniano que precisa ter um fim. Enquanto isso o Presidente dava seu costumeiro show de popularidade por onde passava neste Carnaval.
Ao fim e ao cabo confesso que me divirto com enredos de Escolas de Samba porque, na realidade, não há nada mais surreal do que crítica feita por bicheiro, bandido e traficante. É sensacional! Tudo isso enquanto esperamos Batoré convocar Heleno para que o respeitável General peça desculpas àquela Casa de Mãe Joana. A semana nos reserva grandes emoções. No mais, agradeço a Deus por ter vivido para ver a esquerda querer passar com escavadeira por cima de grevistas.
Uma glória!
