Tudo pode, menos rasgar conceitos e postulados da Medicina em nome de oportunismos torpes.
“O Sr. faz aquela técnica cirúrgica sem corte, sem cicatriz e sem dor pra tratar careca? Eu pesquisei no Google e vários médicos recomendam, Dr. Leão”. Vamos nos ater às entrelinhas da pergunta. Vocês que me leem, conhecem algum cirurgião que não corta? Algum corte que não deixe cicatriz e que não doa? Excetuando-se as cirurgias espirituais, com todo o respeito que tenho pela fé, essa possibilidade não existe na Medicina ortodoxa.
Impressiona-me como o grande público é presa fácil de profissionais inescrupulosos. Como é manipulável. Como não raciocina e se deixa enganar por esses ilusionistas da fé pública, verdadeiros estelionatários científicos. Pior ainda é quando esse descalabro parte de outros segmentos da sociedade com apoio irrestrito da extrema-mídia. Não se brinca com a Medicina. Não se brinca com a vida.
E as vacinas? Benditas sois, vacinas! Só vocês no salvarão desse impiedoso micróbio chinês! Venham logo! Vocês não precisam de testes! Isso é coisa de cientista fascista! Venham e nos libertem da clausura, da solidão, das máscaras e da morte. Venham dia 25 de janeiro e estaremos livres para a Sapucaí! Coronavac, Pfizer-BioNTech, Oxford, não importa! Precisamos de vacina! Abaixo a ANVISA! É Butantã e pronto! Salve Dória, Dino e Greca, salvadores da Pátria! Fora Bozo que não tem piedade do povo! Vacina nossa de cada dia, protegei-nos do mal, amém!
Parece que estou vendo Descartes, passeando pelas alamedas celestiais na companhia de Confúcio e desnudar ao mestre sua total surpresa ao comprovar, depois de séculos, que pessoas que não pensam também existem. Tenho assistido à muitas lives, entrevistas, canais privados de médicos, técnicos, estatísticos, jornalistas e outros formadores de opinião, todos libertos da ideologia da esquerda, portanto “fascistas” aos seus olhos diabólicos. Tento, pois, construir um pensamento sobre tudo isso através de questionamentos a mim mesmo, além de uma necessidade premente de compartilha-los com vocês em busca de respostas.
Não se conhece na história da humanidade nenhuma pandemia que se curou através de uma vacina. A cura veio com a imunidade de rebanho e, após isso, surgiu a vacina. A vacina que demorou menos tempo para ser, com segurança, entregue ao público foi a da Caxumba, 4 anos. Sarampo, quase 45 anos. Poliomielite, 9 anos. Na história, o tempo médio para ofertar vacina à população gira em torno de 12 anos.
“A medicina evoluiu, Dr. Leão. As vacinas são fabricadas num piscar de olhos. O Sr. está ultrapassado em conceitos.” Certamente ouvirei isso após publicar esse texto. Medicina é uma ciência dinâmica, portanto das eternas verdades transitórias dada à sua extraordinária evolução. Mas existem conceitos pétreos, destarte imutáveis como o zelo, cuidado, proteção e respeito à vida, sempre dentro de rígidos preceitos éticos e científicos.
Para nós médicos o que importa é a vida. Para os políticos e sua lamentável capacidade de manipulação de massa o que importa é o micróbio da China. Medicina é algo suprapartidário, acima das narrativas de ideologia política. Todas as vidas importam. Todas as vidas ceifadas são pranteadas. Mas as estatísticas mostram, felizmente, a baixa letalidade e mortalidade desse vírus por milhão/habitante. Estatística é um pilar mestre da ciência e deve ser olhada da forma exigida pelo compromisso hipocrático de ética e respeito à vida. Algo inatingível por mentes degradadas, rasteiras e inconsequentes que habitam o corpo dos políticos dessa esquerda de Lúcifer.
Está comprovado que idosos, crianças, grávidas, imunodeprimidos e grupos de risco podem tomá-las sem risco calculado? Está comprovada ausência de complicação ou sequela tardia? Está comprovada a eficácia perene de defesa? Está justificada essa pressa para uma doença que mata menos que 0.02% dos infetados? Está justificada a lei que obriga a ANVISA ter 72 horas pra validar qualquer vacina?
Pensemos. Logo existiremos.