“Pai: quando um coração se faz dois.” A dúvida é se a frase se aplica a todos os pais.
O bom é isso! Sem aquela obrigatoriedade de escrever. Deixar exclusivamente por conta da inspiração. Além dos textos saírem melhores, esses hiatos dão um certo refresco pros meus leitores cativos. E salve o amadorismo!
Feliz Dia dos Pais atrasado, meus amigos. Não os abracei ontem porque estava no Rio, na Jornada Carioca de Cirugia Plástica, uma espécie de Fla x Flu dos nossos eventos científicos, dado o charme histórico que ela representa. Foi a 1ª presencial depois das agruras. Embora cientificamente impecável, nem de longe mostrou aquela costumeira energia. Faltaram os fraternais abraços, os fortes apertos de mãos, o indefectível “tête-à-tête” sobre o pão-nosso-decada-dia e as tão aguardadas fofocas da especialidade e dos especialistas.
As máscaras escondiam 80% dos semblantes e nos deixaram numa “dúvida santa” sobre quem envelheceu ou rejuvenesceu por conta de afiados bisturis. Não se assustem. Somos também filhos de Deus e os Congressos, “latu sensu”, são iguais nos 4 cantos da Terra.
“Ser pai é o cargo mais importante ocupado por um homem” e disso não tenho a menor dúvida. Os exemplos são o maior legado que podemos passar à nossa descendência. Moldam a sua personalidade, estruturam o caráter, alicerçam as virtudes, enfim, norteiam nossos filhos para o caminho que sonhamos para eles.
Causa-me asco aquele pai que apoia aquela alma. Aquela mais honesta do mundo. Com que cara esse cidadão encara seus filhos ao apoiar um ladrão condenado em todas as instâncias? Que exemplo é esse? Com que cara aqueles pais que habitam aquela Casa Suprema encaram seus filhos ao soltarem o ladrão? Ao mudarem estranhamente de ideia sobre o voto impresso para supostamente protegerem o ladrão? Que exemplos são esses?
Com que cara os pais daquela CPI circense encaram seus filhos após sucessivos desmandos, mentiras, armações e descomposturas com o povo e pátria? Que exemplos são esses? Com que cara a maioria dos pais do Congresso encara sua prole após tanta falcatrua e sorrateiras atitudes contra o seu maior patrimônio, o povo? Que exemplos são esses?
Com que cara os pais que habitam as redações da mídia extrema encaram seus filhos ao se perpetuarem em mentiras escritas ou faladas com tanto cinismo e desfaçatez? Que exemplos são esses?
O pior disso tudo é que muitos desses filhos já assimilaram esses exemplos e, despudoradamente, o praticam com a mesma cara de sua ascendência. É a cara do mal, do desrespeito, do escárnio e do descompromisso com ética e moral. É a cara moldada à semelhança de Lúcifer que à toda hora tenta se transformar em cordeiro do bem e praticar os mais impensáveis desatinos contra seus próprios irmãos.
Felizmente, a maioria dos pais brasileiros amontoam-se cada vez mais e aos milhões em torno de um PR cujo pensamento se resume na Família, Liberdade, Pátria e Deus. Que exemplos são esses?
Segundo Saramago e a maioria dos pais, onde me incluo, “filhos são seres que nos emprestaram para um curso intensivo de como amar alguém além de nós mesmos, de como mudar nossos defeitos para darmos os melhores exemplos e, sobretudo, de como aprender ter ainda mais coragem para enfrentarmos a sua perda para o mundo. Perda? Como? Não são nossos. Lembram-se? São apenas empréstimos.”
Pois é, caro escritor. Pais que apoiam ladrões e os desdobramentos desse apoio jamais terão a ventura de entendê-lo. São mentes pérfidas!
Obrigado Saramago! “Feliz Dia dos Pais atrasado” e até um dia no Céu.