Não há mais espaço na política brasileira para os hipócritas e traíras. O povo acordou!
A sociedade tá tão doente que a hipocrisia está se tornando uma forma de “arte da convivência”. Algo tipo “Você tá tão bonita hoje!”, diz uma amiga pra outra. “Obrigada, mas não posso dizer o mesmo de você.”, rebate a sincera. “Então faça como eu, minta!”, sentencia a dissimulada desnudando sua hipocrisia até então velada.
Quando vemos o Bruno Covas no Maracanã e o Bosta (ou Estrume? Sempre me confundo) de férias em Miami, sem máscara, peito aberto, calça apertada, celular em riste, com aquela alegria estampada no rosto encharcado de Botox, sobrevém-me Shakespeare e sua máxima “O diabo pode citar as Escrituras quando isso lhe convém”.
O “made-in-China virus” parece que acendeu a hipocrisia latente, revigorou aquela incipiente, deu mais vida à preguiçosa e engordou aquela já atuante, experiente e de alta virulência. Luciano Hulk, por exemplo, ou foi comprovadamente afetado pelo micróbio ou é um dos 85% que tiveram e nem sabe que teve. Fato é que teve sua conhecida hipocrisia exacerbada nessa pandemia.
O que leva um apresentador de TV de mediano talento ter pretensões políticas tão altas? O cara quer ser presidente da República, gente! Tem base uma coisa dessa? Felizes estão os proprietários de carros antigos, mal cuidados e enferrujados. Criaram alma nova com a possibilidade de um novo e inédito Ministério dos Cacarecos e Latas-Velhas que fará inveja a Cuba e sua invejável frota de combalidos calhambeques.
Ao que parece, esse micróbio de Wuhan deve lesar o lado esquerdo do cérebro, responsável pelas decisões lógicas e racionais dos humanos. Não há outra explicação para o efeito Hulk. A sua hipocrisia chega às raias da intolerância até mesmo entre seus fãs e admiradores. Sim, ele ainda os tem. Uma minoria que ainda se deixa enganar e não se convenceu de que foi enganada.
São os idiotas funcionais que o veem sem máscara, aglomerado em festas, iates, Miami, hotéis de luxo, férias caribenhas, tudo isso meia hora depois de incentivar a clausura da plebe, cada vez mais inerte, mais pobre e mais enlouquecida pelos desmandos de outros hipócritas de mesma estirpe e laia frente a essa pandemia improvável. Sobrevém-me Albert Camus e sua máxima “Nenhum homem é hipócrita nos seus prazeres”.
Não esqueceremos o seu discurso odioso contra o PR e seu Ministro da Saúde, as críticas irresponsáveis contra sua política na pandemia quando faltou oxigênio em Manaus por descaso com a coisa pública. Enquanto você chafurdava no oportunismo com o infortúnio alheio, o governador do AM, embora incompetente, reconhecia publicamente o quanto eficiente foi o governo Federal durante a dispneia agonizante de irmãos, minorada por ações humanitárias como a de Gustavo Lima que, ao invés de pitis e chiliques de mimadinhos como você, enchia um avião de oxigênio e distribuía com amor aos pulmões desalentados.
De volta a Shakespeare, “Os homens deviam ser o que parecem ou, pelo menos, não parecerem o que não são”. O mundo seria melhor, mais autêntico, mais transparente, mais direto e, sobretudo, mais humano. Conheço um cara assim, Hulk! E você também!