Vocês estão refeitos desse período eleitoral? Foi algo tão surreal que somente agora tive forças para teclar esse meu pobre iPad para expressar minhas impressões sobre o acontecido. Pena que Fellini não nasceu aqui e não esteja mais entre nós. Seria a melhor opção para descrever o bendito. Ou nem ele? Bateu a dúvida!
Sem a possibilidade de Fellini, por favor contentem-se comigo. Vamos lá!
Passadas as eleições, exceto em alguns poucos logradouros levados ao martírio de um segundo turno, dá pra se fazer uma análise realista, fria e prospectiva do que será o Brasil de nossa descendência.
Um colosso de baixarias perpetrou-se nos palcos televisivos durante debates pífios, inconsistentes e inqualificáveis. Palavras, termos, frases de baixíssimo calão deram o tom agudo nesse Circo de Horrores.
Civilizadamente, debate é um modelo de contestação baseado na argumentação onde ideias conflitantes são defendidas ou criticadas com base em reflexões e silogismos e não em xingamentos, agressões morais ou cadeiradas onde a tolerância passou ao largo e deu adeus.
“A tolerância chegará a tal ponto que as pessoas inteligentes serão proibidas de fazer qualquer reflexão para não ofender os imbecis”. To pouco ligando se essa citação é ou não do escritor e filósofo russo Fiodor Dostoyevsky. Seja quem for o autor essa crítica ao “politicamente correto” é de uma felicidade celestial.
Esse execrável e intolerável “politicamente correto”, que deu o tom nessas contendas políticas em horário eleitoral, transformou e continua transformando a liberdade de opiniões, ideias, conceitos, crenças e pontos de vista mais ortodoxos em ameaças concretas à liberdade individual, latu sensu.
O grau de educação de um significativo número de candidatos a prefeito e principalmente a legisladores municipais, salvo raras exceções, reitero, coincide com os baixios níveis da sarjeta intelectual. Uma coisa estarrecedora que transita no limbo entre o trágico e o cômico. Uma verdadeira ode ao nonsense!
E aqueles poucos candidatos que poderiam ter algo importante pra dizer, pra opinar e, em última análise, pra ajudar acabam sendo compulsoriamente silenciados pelo “politicamente correto” enquanto os que falam bobagens têm picadeiro, cátedra e aplausos numa flagrante inversão de domínio maioria/minoria com a anuência e o beneplácito da mídia podre.
Você já parou pra pensar que quem deveria estar fazendo as pessoas refletirem está sendo automaticamente silenciado? Isso se chama proteção à mediocridade. Chegamos ao triste ponto em que a verdade virou um problema em nossas vidas.
Mas o mais preocupante de tudo é que estamos convivendo com uma geração que prefere ouvir o que agrada do que encarar a realidade. A continuar assim as mentes críticas existentes ou que, porventura, apareçam vão ser sufocadas e afogadas num lamaçal de ignorância.
Portanto, se é para o bem de todos e felicidade geral da nação diga ao povo que falar a verdade não pode ser um crime.
Muito bom, Cadu!
Há muito tempo que não se via tamanha baixaria e candidatos esdrúxulos!
Deus nos Salve, se é que ainda há tempo
Múcio
Sinceramente? Não perdi meu tempo…Bjos
Excelente Cafu.
Triste sabermos que cada palavra sua retrata exatamente o mundo em que vivemos, principalmente sabermos que “preferem ouvir o que agrada a encarar a realidade” . E assim os verdadeiros e honestos vão se apagando e os representantes do “o crime compensa” surgem como verdadeiros deuses do bem e do progresso.
Alex Meira.
Cadú, esse é apenas um retrato de um país onde ocupar cargos políticos não é uma prestação de serviços nem um ato de cidadania, mas apena a tentativa de se conseguir um emprego bem remunerado e sem maiores trabalhos… Evaldo
Pura verdade amigo Excelente artigo
Por tudo isso que escreveu Cadu, não assisti a nenhum debate. Não dá para perder tempo.
Emerson Fidélis
Olá mestre Cadu
Na São Paulo de 2024, os debates eleitorais mais pareciam uma arena de gladiadores do que um espaço democrático de discussão de propostas. A cidade, que carrega nas costas o peso de ser o motor econômico do país, assistia atônita a um festival de agressões verbais e acusações baratas. O palco das campanhas havia sido tomado por um show de horrores, com os candidatos mais interessados em se atacar pessoalmente do que em discutir o que realmente importava: o futuro da maior cidade do Brasil. Voltamos a Roma antiga , somos totalmente iludidos com um espetáculo e algumas migalhas de pão. Tudo para que nós o povo detentor do real poder se iluda mesmo que momentaneamente que até nosso direito de se expressar em liberdade é usurpado por um regime travestido de democracia.
O que era para ser um momento de troca de ideias transformou-se em uma competição de insultos. Ao invés de discutir temas como saúde, educação e mobilidade urbana, os candidatos se lançavam em ataques pessoais, xingamentos e até insinuações maldosas sobre a vida pessoal uns dos outros. Em um dos debates, um candidato, exaltado, soltou um “você é um mentiroso”, enquanto o outro não hesitou em responder com “mentiroso é você!”. Atire a primeira pedra quem não o for.
E assim, o que deveria ser uma disputa de ideias virou um bate-boca infantil.
A mídia, claro, não perdeu a oportunidade de amplificar o circo. Manchetes sensacionalistas estampavam os escândalos, e os momentos de tensão eram reprisados à exaustão, como se fosse uma novela de fim de noite.Ao mesmo tempo não entendo porque , jornalistas de uma imprensa que respira por aparelhos realizava sabatinas totalmente tendenciosas aumentando ainda mais o descrédito da sociedade para com essa classe.
Enquanto isso, o eleitor, perdido em meio ao barulho, tentava entender quem, entre os protagonistas desse espetáculo degradante, seria capaz de governar a complexidade que é São Paulo.
A violência verbal, que por si só já era preocupante, não demorou para transbordar das telas para as ruas. Cabos eleitorais brigavam em comícios e apoiadores se confrontavam nas redes sociais. Os eleitores, divididos, pareciam embarcar na mesma onda de hostilidade, alimentando um clima de polarização que sufocava qualquer tentativa de diálogo racional.
Mas e as propostas? Bem, essas ficaram soterradas sob o entulho dos ataques pessoais. Ninguém se lembrava de um projeto concreto para o transporte público, da melhoria das creches ou da revitalização do centro da cidade. O que sobrou foi uma campanha marcada pelo espetáculo vazio, onde a vaidade e a sede de poder falaram mais alto que o compromisso com a população.
No fim das contas, a eleição para a prefeitura de São Paulo se tornou uma vitrine do que há de pior na política. E a pergunta que ecoava nos quatro cantos da cidade era: quem vai governar essa metrópole, se todos parecem mais interessados em destruir uns aos outros do que em construir soluções?
A verdade é que o Coliseu Paulista foi apenas um treino para o espetáculo que será 2026. Serviu para escancarar que efetivamente não temos direita nem esquerda, apenas abutres que venderiam até a mãe pelo poder!
Osiris Martuscelli
Para que prevaleça neste mundo globalizado, a nova ordem mundial amordaça e condena todas as verdades e os contraditórios…
O discurso do politicamente correto deve se impor e se tornar o único modo de pensar e agir, nivelando a mediocridade dos pensamentos …
Você sempre colocando de uma forma clara e objetiva o que de um modo geral, todos nós pensamos e sentimos. Parabéns!!!!
Cícera Gontijo
Excelente análise Cadu, como sempre. Duras verdades com estilo e elegância. Infelizmente o assunto não ajuda, política no nosso país é só sujeira. Parabéns!
Cido Carvalho
Ótima sua crônica Cadu . Estamos assistindo essa vergonha sem fim . Até quando ???? . Acredito em milagres , ainda tenho esperança . Abraços , nina .
Pois e. Pelo menos, o que já e muito, e apesar dos pesares, que não sao poucos,há cheiro forte de novos ares ,A derrota acapachante fo 1 turno, a se confirmar no 2, ira mostrsr o rumo. No minimo, o que não seguit.
Abc Cadu
Julio Pinheiro
Pura verdade! As eleições refletem a realidade brasileira: partidos demais, bons candidatos de menos.
Grande Cadu,
Dá tristeza ver proliferar a nulidade!
Parabéns!
Forte abraço.
Ithamar
Como sempre, muito boa reflexão, meu caro Leão. Abraço
José Elcio
Excelente crônica , Kadu
Reflexo de tudo que está acontecendo no mundo.
Termina com uma inteligente frase de RESISTÊNCIA a toda essa indecência!
OS
Muito bom meu amigo . Infelizmente nossa política é uma desgraça ! Grande abraço
Marcos Menegazzo
Bom-dia Cadu! Vergonha Nacional esta política que corre solta por aí . Estou tão enojada ,que tenho idade e a lei que me isentam de praticar este ato de patriotismo, que tanto eu amava e fazia questão. Somos um povo escravo de mentes doentias que se colocam num pedestal de ignorâncias , fazendo da política um emprego vitalício onde o dinheiro e o poder falam mais alto mesmo!!! O POVO QUE SE DANE.ESTOU ENOJADA! O dinheiro que é extorquido em forma de impostos, serve para farras colossais , viagens etc…..Apesar de exagerado e sem educação o Pablo Marçal abriu as cortinas da verdade! Cheguei a conclusão:-O povo faz papel de otario, porque quem vence as eleições é o SISTEMA!!!!
Sônia Saadi
Excelente
Como.sempre, sensacional. Parabens amigo. Preciso, objetivo, claro e.contundente.
Raul Canall
Muito bem!
Pelos gregos a politica é a “arte de convencer”!
Era! Desde que o homem percebendo que esta arte lhe proporcionava poder ele deixou de agir segundo as regras da moral que toda população acreditava, preconizava e em geral utilizava para para orientar seus atos .
Individualmente obedecia por acreditar,
coletivamente na familia e na sociedade.
Os conceitos eram discutidos em espaços públicos
Onde estavam os filosos como Platão pensando e difindinfo seus criterios e conceitos de sabedoria, honestidade, modestia, poder, tudo sem procupação financeira, recebiam donativos.
Ao longo do tempo, nas republicas, foi entendido que a palavra, o cargo e seu exercício de cargos políticos ,
permitiam liberar ações, o que mostrou valer dinheiro.
Nossa sociedade iniciou a valorizar as pessoas nao
pela sua capacidade e sim pelo seu pode economico.
Neste momento os conceitos de politica perderam seu
valor real e passou a eleger aquele que lhe ofertasse mais.
A fonte entretanto não era de sua propriedade e sim da oropria população.
E o politico deixou de ser o capaz para ingressar no espaço que passou a ser circo politico.
O oportunista criou então uma expressão para justificar
sua pratica chamando de politicamente correto ,
iniciou então a propina e a apropriação indevida de percentuais das obras publicas.
Todo cargo oficial ttem seu salario, mas, é insuficiente para compra de votos.
Neste momento eleitor e eleito eram coniventes
neste cenário nanprstica do politicsmente correto.
Vale tudo para obter mais votos.
Apocalipse now!!!
Atágide Assunção
👏👏👏 Parabéns, Cadu. Sempre brilhante em suas crônicas. A política está contaminada pela baixaria de uma esquerda retrógrada e incapaz. Lutemos para melhorar nossa vida política com o nosso voto livre e consciente. Abraços.
Hélio Arêas
“Mas o mais preocupante de tudo é que estamos convivendo com uma geração que prefere ouvir o que agrada do que encarar a realidade. A continuar assim as mentes críticas existentes ou que, porventura, apareçam vão ser sufocadas e afogadas num lamaçal de ignorância.”
*Kadu, nosso País precisa investir na educação!…
Investir nos jovens por 20 anos….
Educação tempo integral, foco e disciplina!…,*
Se é para o bem de todos e felicidade geral da nação diga ao povo que falar a verdade não pode ser um crime.
João Luís Castanheira