O Brasil será novamente alegre, próspero e ainda mais belo com seu exército de beija-fores
Eduarda é a mais crítica das minhas três filhas em relação ao que escrevo atualmente. Engenheira Civil egressa de uma Universidade Federal e pós graduada na UCLA, Califórnia, histórico reduto da esquerda yankee, ainda carrega consigo um longínquo resquício do estilo “do contra” por conta do inevitável “Em Roma faça como os romanos”, que arraiga entranhas e, por algumas, vezes, irreversível. Felizmente, desse mal a minha Duda está livre em 99%. O capitalismo, a liberdade, a livre iniciativa, a saudável concorrência, a meritocracia e o sagrado direito às oportunidades sempre falam mais alto aos que, como ela, rezam naquela cartilha que, para o sucesso profissional, o segredo é acordar cedo e ir pro trabalho.
O 1% da crítica fica por conta d’eu ter mudado o meu antigo estilo quando discorria sempre sobre temas corriqueiros, engraçados e bem-humorados do cotidiano onde a política era raramente lembrada. Confesso que aquele 6 de setembro de 2018 mudou minha temática. Continuo escrevendo textos híbridos, em primeira pessoa, portanto opinativo e sujeito às mais variadas críticas, boas ou más, bem ao estilo “dando a cara à tapa”. O meu humor não mudou. Continuo o mesmo otimista de sempre. O que mudou foi o humor do Brasil. “De repente aquela corrente pra frente, parecendo que todo Brasil daria a mão”, foi sendo minada pelo inconformismo sem precedentes dos recentes derrotados.
Quando Bolsonaro saiu vivo daquela sala de cirurgia, já tarde da noite, me veio à mente a figura do milagre e uma incontrolável inspiração para escrever. Milagre é a materialização daquilo que parecia impossível e está ancorado na fé. Todos nós médicos, crentes em Deus, sempre esperamos pelo milagre quando esgotamos, em situações dramáticas, todos os nossos esforços, conhecimentos, técnicas e táticas em prol do semelhante. “Milagre em Juiz de Fora”, publicado no “day after” daquela facada insana, um 7 de setembro (coincidência?), iniciou a minha investida em temas políticos dentro de uma inabalável crença conservadora de direita pela família, costumes, moral, fé e civismo.
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Vivemos um momento de nossa história em que precisamos unir nossas forças em torno do PR. Cada vez mais me convenço que esse cara, com todos os defeitos que possa ter e, certamente, os têm, é um predestinado. Novamente evoco o milagre, desta vez para explicar a resistência física e política que sustenta esse homem em pé. Não houve, desde Cabral, nada parecido na história política brasileira alguém que apanhasse com tanta selvageria e covardia de uma esquerda enlouquecida pela abstinência de corrupção e propina e de uma extrema-imprensa desprovida de ética e vergonha na cara. Novamente evoco a fé como âncora dessa resistência
Ao ouvir, ler e assistir, nesta terça-feira, que a inevitável queda do PIB neste 2° trimestre levou o Brasil, por incompetência administrativa, à “maior recessão de sua história”, sobreveio em mim “os mais primitivos instintos” em relação à essa corja antipatriota. Segundo Rodrigo Constantino, comparado ao resto mundo, o Brasil teve, junto com a Alemanha, a queda menos expressiva em seus números a despeito da insanidade de alguns governadores e prefeitos, marionetes vivas do desmando, do desrespeito e do autoritarismo nesse triste período pandêmico.
E aí, Duda, num grande incêndio florestal , o macaco, na copa de uma árvore, estava encafifado ao ver um beija-flor voar em direção ao rio, pegar um gota d’água com o bico e voltar à floresta em chamas. “O que você está tentando fazer, beija-flor?” “Estou tentando apagar o incêndio”, respondeu a minúscula criatura. “Kkkkkkkkkk. Você acha mesmo que vai conseguir com essas gotinhas?”, insiste o pessimista. “Pelo menos estou fazendo a minha parte”, disse o pássaro. Ao mudar de estilo, tentar escrever e enviar pra maioria das pessoas o resultado de um pensamento eu me sinto esse beija-flor, minha filha.
Chegará a hora d’eu retornar ao meu velho estilo. Enquanto isso, quem sabe você e todos que me leem, se já não o fizeram, inspirem-se nesse beija-flor?
Um beijo desse pai apaixonado.
