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Carecas do mundo todo, uni-vos. Vocês estão sendo enganados, ludibriados e lesados.
Não, não, não! Vocês não estão entendendo. Não é com Alexandre de Morais, José Serra, Alckimin, muito menos com Gilmar Mendes ou outro careca desse universo sombrio que estou preocupado. Hoje não tem política. O descalabro é outro e com outra turma de carecas.
Trata-se da situação atual da Restauração Capilar, aqui e mundo afora, que, além de tantas outras doenças e lesões, também trata o maior trauma estético do homem, desde Adão, a calvície. Isso tudo devido a uma invasão da especialidade, sem precedentes na história da Medicina. Todo mundo quer ser “cirurgião de calvície”. Se esse “todo mundo” se detivesse apenas a médicos, mesmo sem treinamento para a arte, seria aceitável muito em função da legislação brasileira que permite ao graduado em Medicina fazer o que bem entender na sua profissão. Se errar, porém, e não tendo título de especialista naquilo que se aventura, o problema é enorme com a justiça e CFM.
Pior são os diferentes profissionais não médicos que atuam na área da saúde estarem se aventurando no Transplante Capilar Estético. Muito pior ainda são as denúncias de tatuadores e cabeleireiros juntando-se à “tchurma”, nesse flagrante exercício ilegal da Medicina. E esse fenômeno é um problema mundial e preocupa imensamente as Sociedades Médicas da Especialidade, nacionais e internacionais, aqui representadas pelas Sociedades Brasileiras de Cirurgia Plástica (SBCP) e Dermatologia (SBD), além da Associação Brasileira de Cirurgia da Restauração Capilar (ABCRC) que reúne especialistas das duas primeiras Sociedades que atuam preferencialmente na Restauração Capilar.
Restauração Capilar não é apenas colocar cabelo na cabeça de careca. É uma especialidade que trata os mais diferentes problemas do couro cabeludo, sejam genéticos, doenças clínicas, tumores, traumas ou queimaduras. Calvície, falhas ou falta da barba e sobrancelhas apenas fazem parte desse amplo campo de atuação, onde o conhecimento científico e importante treinamento cirúrgico fazem-se mister para a formação do especialista, dada às complexas técnicas, táticas e cirurgias para os reparos dos defeitos causados pelos problemas acima descritos. Longe de se caracterizar em “reserva de mercado”, a Restauração Capilar, historicamente nas mãos dos cirurgiões plásticos e dermatologistas há mais de 60 anos, é, portanto, Medicina séria, sujeita às complicações inerentes ao seu exercício, exigindo do profissional competência para tratá-las. Isso posto, cabe aqui um alerta à população necessitada para se precaver na escolha do seu profissional.
A função precípua de qualquer Sociedade Médica é proteger a população de qualquer malefício, principalmente de propagandas inverídicas que hoje pululam nas redes sociais com promessas de milagres que nenhum Santo ousa assumir sua autoria. Todo cuidado é pouco. Deixo a minha sugestão, como médico e Presidente Nacional da ABCRC, que acessem nosso site ou os sites da SBCP e SBD, e verifiquem a origem do seu escolhido. Se estiver lá, é presságio de segurança e competência para o exercício da arte, muito embora não seja garantia de qualquer resultado.
Medicina é coisa muito séria e não permite aventuras, como o em voga “turismo internacional do bisturi”, sob pena de estigmas que machucam indelevelmente o corpo e a alma.
Fica a dica.