Câmara dos Deputados protagoniza uma das mais dantescas cenas políticas da história
“Você tá bem, papai?”, pergunta minha Flávia ante uma fisionomia, segundo ela, que refletia um misto de perplexidade e incredulidade diante de uma TV. “Eu to é puto, minha filha!”
“Eu to é puto” é mais uma expressão definitiva. Expressa um estado de espírito. Resume a situação e encerra a questão num mix de glória, júbilo e charme.
“Eu to é puto” define bem o estado de alma do brasileiro, hoje em dia. Não sei como sobrevivi àquele picadeiro de alguns muitos palhaços demagogos. Foi surreal! Como esses caras não têm vergonha de dizer que teremos que contar, um a um, 100 milhões de votos? Que estaremos retornando à idade da pedra lascada? Que é mais um golpe do genocida para se perpetuar no poder?
Discursos inflamados, retóricas convincentes, coreografias as mais diversas, encenações, caras e bocas, tudo orquestrado pelo presidente do Circo que, estrategicamente, marcou a votação para coincidir com a tradicional apresentação dos blindados da Marinha, que acontece desde 1988, e jogar a culpa da esperada derrota numa pretensa afronta. Álibi perfeito para se explicar ao PR. Foi rápido na escolha da data para que não houvesse tempo de grandes mobilizações populares, principalmente dos caminhoneiros. Foi ardiloso e venceu.
Utilizou-se dessa votação de cartas marcadas e de resultado mais que anunciado como cortina de fumaça para a aprovação, no mesmo dia, da nova e execrável Lei de Segurança Nacional que nos amordaça nas redes sociais e taxa como crime o golpe de Estado e interrupção do processo eleitoral. Demonstração clara que vivemos sob um dos mais autoritários Congressos de nossa história.
Fui dormir. O sono reconforta. Acalma. Alinha o pensamento. Confesso que acordei outro. E Deus mais uma vez nos mostra a sua escrita sempre certa. E não é que aquela votação escancarou-nos nome, endereço e CPF dos verdadeiros inimigos do PR e do povo? Isso foi ou não foi um monumental desmoronamento da fraude política? Vejam o livramento que tivemos ao conhecer a horda em que não mais votaremos. Concordam que o 229 x 218 foi uma vitória com sabor de derrota? Por outro ótica, ele sepulta qualquer possibilidade de impeachment. Vejam Deus aqui novamente.
E aquela declaração estarrecedora saída daquela boca suprema que “eleição não se vence, se toma”? Vocês já imaginaram o que esse escárnio pode render ao PR, às eleições e ao povo? Vocês já repararam que quanto mais batem no cara mais coisa boa volta pra ele e mais infortúnio aos seus agressores? Sobrou até pro babaca tarado de Nova Iorque que o hostilizou em 2020!
Que fiquemos “putos da vida”, mesmo porque temos nossos momentos de fraqueza, mas que jamais percamos a esperança, a fé e a confiança. E que entendamos de uma vez por todas que Bolsonaro não é a melhor opção.
Ele é a única!