Ah, esses Luíses! Não importa aqui se com “s”, “z”, com ou sem acento. São tantos os famosos e de tantas histórias que as minhas costumeiras 560 palavras por texto seriam pouquíssimas para tentar descrevê-los, traçar personalidade, instinto, caráter ou a percepção de mundo de cada um deles.
“Luís” significa combatente glorioso, guerreiro famoso ou insigne na guerra. Tem personalidade forte, é individualista com forte tendência para se isolar e para colocar a fasquia muito alta nas expectativas que traça pra si e seus liderados na sua visão de vida. É um conformista, com gênio suave e propenso a crises de melancolia.
Luís, o santo, antes de ser canonizado em 1297, foi o Rei Luís IX de França e era conhecido pelo seu senso de justiça e grande amor a Deus e aos pobres. Portanto, São Luís não é nenhum maranhense bonzinho canonizado apenas para dar nome à charmosa capital nordestina.
E por falar em nordeste, Luiz, o Gonzaga, foi Rei numa República. Rei do Baião, foi considerado uma das mais completas, importantes e criativas figuras da música brasileira cujas composições descreviam poeticamente toda a pobreza, as tristezas e as injustiças de seu árido sertão.
Outro Luís nordestino, o Carlos Prestes, foi efetivamente o maior símbolo do comunismo no Brasil e representante máximo da extrema esquerda brasileira, reverenciado e aclamado até hoje pelos amantes do atraso, da incompetência e da inépcia dessa ideologia do fracasso.
Mais um Luís, o XIV, Rei de França, é autor da célebre frase “O Estado sou eu”. Conhecido como “Rei Sol”, personificou todas as características do absolutismo, e a representação completa do Estado que fazia dele um elemento político único.
Nessa mesma ordem, outro Luís, o XV também Rei de França, soltou outra pérola não menos célebre, “Depois de mim, o dilúvio”. Esta frase pouquíssima ou nada humilde, expressa de modo perfeito o delírio dos autocratas, dos ditadores, dos salvadores da pátria. Acreditam-se sinceramente a única esperança do mundo.
Qualquer semelhança com o mais famoso Luís brasileiro desde Cabral, o Inácio, por favor, é mera coincidência. Não é finalidade do texto qualquer tipo de comparação, agressão ou injúria pessoal e sim uma sugestão de um brasileiro que enfileira aqueles teóricos 49,10% da população e que, antes de tudo, pensa no Brasil acima de tudo e Deus acima de todos.
Nestes primeiros dois meses temos assistido um Luís ressentido e amargo como se fosse um grande credor de um Brasil injusto. O que aconteceu, aconteceu! Está registrado na história e não há como modifica-la. Resta ao Luís olhar para a frente como um “combatente glorioso”. “Luís” é um “conformista” ou seja, aceita sem questionamento nem luta qualquer situação incômoda ou desfavorável.
Se na prática a teoria não for diferente e o rancor der lugar ao frescor de espírito, bálsamo revigorante para a mente e pensamento, pode haver uma expectação em melhores dias para o Brasil e os brasileiros.
Pensar diferente não faz homens inimigos. Faz homens civilizados que convivem harmonicamente em suas diferenças ideológicas em razão de um bem supremo.
O Brasil sempre foi e sempre será maior que as diferenças mundanas. Resta-nos, portanto e ainda, um lampejo de esperança.