O Brasil de 14 Presidentes da República revela um Novo Segredo que mil vozes anunciam
E o cinema continua me inspirando já que “a arte imita a vida”. “13 Homens e 1 Novo Segredo”, um longa bem meia-boca, de 2007, dirigido por Steven Soderbergh, resume a luta pelo retorno do poder aos velhos e antigos poderosos.
Em 2020, a vida, cansada de ser imitada pela arte, resolve dar o troco. E aí, 11 homens de um só Poder se juntam a mais 2 de outro e se transformam em 13. Se fosse apenas uma das operações fundamentais da matemática, poderíamos estar comemorando outra máxima, “a união faz a força”. Mas não é isso. Na realidade são mais 13 Presidentes da República tentando salvar o Brasil da indesejada ordem, da famigerada estabilidade econômica, da impensável vida sem corrupção e propina e dessa loucura de se levar progresso ao nordestino.
O Novo Segredo fica por conta de possíveis ações do vírus chinês em alterar hábitos, atitudes, entendimentos e percepções, mudando seriamente o comportamento e o intelecto das pessoas. Tudo começou com o “covidão”, responsável pelo aparecimento de traços patológicos distintos e preocupantes que, rapidamente, lesaram a personalidade de alguns brasileiros dando origem aos “covidinsanos” e aos “covidiotas”, estes últimos encontrados em recente pesquisa nas redes sociais e de autoria desconhecida.
Os “covidinsanos” parecem ter parte de seu lobo frontal do cérebro, responsável pelo planejamento de ações e pensamento, seriamente atingido pelo micróbio. E aí, minha gente, liberam prefeitos e governadores a decidirem o que quiserem durante a pandemia que, por sua vez, com a mesma patologia, fazem e acontecem. Fecham, proíbem, prendem, arrebentam, humilham. Promovem quebradeiras, falências, suicídios. Torcem pelo vírus, pelo caos e pelo quanto-pior-melhor. Prometem respiradores, leitos, hospitais, superfaturam, guardam dinheiro em casa e ficam na promessa.
A covidinsanidade acomete também a extrema-mídia, seus jornalistas, congêneres e órgãos de pesquisa que logo no início da pandemia já previam mais de 1 milhão de mortes. A recém lançada campanha do “Amarelo pela Democracia”, da Folha, que fala até em Diretas Já com adesão de jornalistas, colunistas, apresentadores, colaboradores, todos com caras de bobo-alegres num vídeo igualmente patético, é motivo de chacota nas redes sociais. Segundo Rodrigo Constantino, ileso da agressão viral, o “amarelo” da campanha foi inspirado no amarelo da Foice e Martelo incrustados naquela famosa bandeira vermelha da antiga URSS. Pondé afirmar que o “PR sobe em aprovação de pesquisa porque R$ 600 valem mais que o nº de mortos e que a inteligência pública nunca entenderá o povo real”, só não é pior que o post de Vera Magalhães que postula que o “e daí?” cínico do PR permitiu conforto aos que agem com egoísmo apoiando o mandatário. Trata-se de dois covidinsanos que requerem cuidados clínicos mais rigorosos.
Na covidiotice, tudo indica que o lobo parietal, responsável pela recepção e processamento das sensações, é o mais afetado pelo bicho de Wuhan. O covidiota é aquele que acha que as mortes foram culpa do PR. Acreditou que não se chegou a 1 milhão de mortes por ação patriota do STF, governadores e prefeitos. Também acha um absurdo a prescrição da hidroxicloroquina sem comprovação científica. Pensa que a máscara protege, mas no trabalho não. Torce pelo lockdown eterno para que o auxílio emergencial dure para sempre. Acha lindo Demetrio Magnoli dizer que a corrupção da era petista era glamourosa e hoje, pobre e sem charme. Vibra com a declaração de um dos 11 habitantes daquela Casa Suprema de que as eleições presidenciais de 2018 teriam sido mais democráticas se Lula tivesse sido candidato. Descabela de felicidade quando a referida Casa limita as informações da ABIN ao chefe supremo da nação. E por aí vai!
É o efeito Covid, coitadinhos. Eles não são assim tão maus. Estão sendo afetados pelo micróbio. Contaminados pelo ar livre, só pode! Ou então em praias ensolaradas ou montados em jetski singrando o Paranoá. O vírus adora esses lugares. Em supermercados, padarias e farmácias, jamais. Aqui o vírus não entra. É um bicho altamente elitista. Impressionante como não gosta de transporte público. Não resiste aos ônibus abarrotados, aos metrôs apinhados ou trens lotados. Prefere os automóveis onde ataca impiedosamente. E nós, por enquanto não afetados, assistimos atônitos essa situação digna de Fellini.
Certamente uma nova e contemporânea versão do premiado “E La Nave Va…” está por vir.