Gente, gente! A coisa tá muito além da insensatez. Acho ate que tá extrapolando os limites da tolerância e invadindo impiedosamente o razoável. Estou falando da ditadura do “politicamente correto” que tenta, de todas as formas e maneiras, escravizar o pensamento contemporâneo estorvando-lhe a naturalidade e a espontaneidade que tão bem caracterizam a liberdade de expressão, o hábito, a atitude, enfim, tudo aquilo que, há muito pouco tempo, nos fazia feliz e não sabíamos.
O termo “Politicamente Correto” (PC) descreve a esquiva de linguagem ou ações vistas como excludentes e que marginalizam ou insultam grupos de pessoas vistos como desfavorecidos ou discriminados. Em matéria de conceito a nota é dez, principalmente quando se trata de uma das mais infaustas entidades da convivência humana, o preconceito.
Um texto genial, debochado e bem humorado circula na Internet resumindo, inteligentemente, as leis funéreas do “PC” . Lido por Rogério Mendelski e cujo autor não foi divulgado, conta sobre a forte possibilidade do Jogo de Xadrez ser banido da Terra por se tratar de um jogo pouquíssimo inclusivo e intoleravelmente racista por confrontar peças brancas contra pretas e dar às brancas a primazia do início da contenda.
A estratégia de se sacrificar alguns peões, muito utilizada por grandes enxadristas como Karpov e Fischer, é vista como uma ode ao “insuportável capitalismo”. Ao brincar com cavalos sem movimentos rígidos e sempre em L, o Xadrez incita o desrespeito e o abuso aos animais. Por se tratar de “L”, ha controvérsias sobre esse tópico.
Bispos à serviço de uma monarquia é qualquer coisa intolerável e démodé. Só não é mais ignóbil que as ações deliberadas do machismo e do patriarcado já que a Rainha é a que mais trabalha no jogo em benefício de um Rei letárgico cuja preguiça, além de mal exemplo, o incorre num gravíssimo pecado capital. Isso sem falar que a explorada Rainha ainda pode ser comida por qualquer um, inclusive o Bispo o que tem levado sérios constrangimentos ao Trono de Pedro.
Verdade é que a política do “PC” fugiu ao controle. Está excessivamente radical, controladora, cerceando o sagrado direito da livre expressão e tentando criar uma nova regra de pensamento para o mundo. Trata-se, portanto, de um fenômeno global cuja crítica, que se repete mundo afora, assemelha-se ao que escrevo neste momento.
Tenho falado muito sobre o risco de perdermos definitivamente o romantismo de uma era recente, vivida com total liberdade de expressão e com muito mais alegria. Não procurávamos dupla interpretação e não havia preconização da maldade como nos dias de hoje. Uma era poética onde o preconceito ou não existia ou não estava nas entrelinhas como enxergam hoje os arautos da intolerância e da maledicência.
Isso precisa ser urgentemente equacionado para o bem de “todes”.