O mais espetacular do tapa foi a rapidez com que Macron assimilou a porrada que tomou no meio da fuça que mais pareceu um jeb de direita seguido por um cruzado de esquerda.
Em frações de segundo o semblante de “son excellence le président”, aos moldes da teoria de Elizabeth Kübler-Ross, passou por cinco fases: susto, dor, raiva, negação e aceitação da doce carícia quando notou que os olhos do mundo assistiam ao vivo uma das mais insólitas cenas do século XXI.
Foi épico! Foi felliniano! Brigitte Macron, num rompante de misandria, dá um tapa no monsieur Emmanuel e o mundo aplaude em silêncio. Claro! O cara não é e nunca foi boa bisca!
Sinto-me compelido à algumas reflexões de cunho eminentemente filosóficas. Veja bem! Não estou aqui incentivando a violência conjugal — longe disso. Mas quando uma mulher com mais de 70 anos, sempre elegante, discreta e diplomática, levanta a mão pro próprio marido, 25 anos mais novo, é porque o negócio foi sério.
A pergunta que ecoa na cabeça de toda mulher, mundo afora, e nem cogita calar-se é: “O que será que o cara fez?”
Penso em algumas opções, das mais prosaicas às mais impensáveis. Vamos lá!
Será que o gajo usou a toalha de rosto pra enxugar os pés e, ainda por cima, deixou a tampa da privada levantada? Ou, numa conversa sobre culinária, com testemunhas, falou que a “comida tava boa, mas a da mãe dele é incomparável”?
Quem sabe o presidente esqueceu o aniversário de casamento pela terceira vez? Se bem que, pela terceira vez, comas irreversíveis são mais comuns.
E se, de repente, aproveitando uma promoção imperdível o cara me compra uma terceira Ferrari, desta vez branca, pra fazer companhia à vermelha e à azul ao mesmo tempo que homenageia as cores de França?
Será que ele disse que ela “tá linda pra idade que tem”? Improvável! Não estaria vivo pra ler esse texto. E tietagem, salamaleques, afagos, convites e beijocas em outras primeiras damas? Ou ainda chamar Alexa de “amor” por engano?
O mais provável, talvez, tenha sido aquele clássico motivo que somente as mulheres entendem: o cara respirou errado, no momento errado, com a expressão errada. Voto nessa opção.
O tapa foi leve? Nem tanto. Foi simbólico? Talvez. Foi misândrico? Não creio. Foi merecido? Olha… o Instagram, o Facebook, o “X” e o mundo acham que sim.
E Macron, tadinho? Macron só ficou ali, perplexo, com aquele sorrisinho diplomático, tipo “sou o presidente da França, mas em casa quem manda é a minha linda. E hoje vou dormir no sofá presidencial”.
Mas aí entra o ponto filosófico. Todo relacionamento longo é, no fundo, uma dança entre o amor e a tolerância mas, às vezes, o compasso se perde.
Nietzsche já dizia que “o casamento é uma longa conversa que de vez em quando vira debate”.
Sartre completaria: “o inferno são os outros — especialmente aqueles que deixam a toalha molhada em cima da cama.”
Com o ocorrido, a máxima “ao lado de todo grande homem, há uma grande mulher”, modifica-se com o irretorquível adendo: “às vezes, uma grande mulher com a mão levantada”.
Por fim, a França, no modo “tô nem aí”, dorme refletindo sobre amor, poder e toalhas úmidas.
E o francês, alienado, gritando a plenos pulmões: “Vive l’amour! Vive la France!”
Adorei!👏👏👏👏👏
Ticiano Cló
Me fez rir muito !!
A sua crônica foi melhor que o tapa!!!!
🤣🤣🤣
Múcio Leão
Será que a Janja tá meti
da nisso ?
Muito bom Leão! Uma análise bem humorada!kkkkkk
Parabéns Cadu! Cada vez mais fazendo de seus textos uma verdadeira obra que , quando termina sentimos pena !!!! Achei muito bommmm, este esquerdista ter apanhado!
Feliz domingo pra vc e toda família!!!!!🥰🥰
Sônia Saadi
Excelente Caríssimo Cadu! Uma de suas melhores Crônicas!!!
Rômulo Mene
Excelente Cadu! Independente do motivo, o mundo inteiro concordaria com tudo que você demonstrou sobre o “tapa do ano”. Com estilo, elegância e a acidez de sempre. Genial!
Cido Carvalho
Caro Cadu,
Sempre alerta!
Ótimo como de hábito.
Com relação a estes casamentos dismétricos entre mancebo e idosa, sempre tenho minhas dúvidas…
Grande abraço.
Ithamar
Ora,ora,ora…. Depois dizem que um tapinha não doi…ok,nada justifica tapas( ou beijos ao inverso),mas,ca entre nos,este “mimo”, se fosse com outros personagens seria, digamos,…Hoje estou sem inspiracao para comentar. Me recorro ‘as reticencias.Deixo a inspiracao para o Cadu…
Abraco
Julio Pinheiro
😂😂😂😂
Que cena hilária! Janja deve está envergonhada de um dia ter dado aval de “garanhão” para este almofadinha delirante!
Que cena!! 🤣
Ótima crônica Cadu!
Mariangela
É , depois de elegantes e afetivos cumprimentos divulgados , parece q ele janjou e foi esse o delito/motivo pago pelo olho presidencial
Excelente!
Eduardo Lintz
Muito bom, mas ainda penso que não foi sobre toalhas e sim por causa da Janja ! 🤣
Gisa
Ótima crônica . O menino Macron tomou um corretivo de sua professora . Por essa o mundo não esperava assistir … Inacreditável . Abraços , Nina .
Muito bom!!!!!!!
Silvane Nolli
Mais uma fantástica!
Ricardo Cavalcanti
Vc é fera amigo
Espetacular… essa crônica é um “tapa”!!
Abraço do Ze Octavio